Desde que deu início à sua marca, o chocolatier e empreendedor social César De Mendes vem abrindo conversas e fazendo parceiros com o intuito de fomentar cadeias produtivas sustentáveis na Amazônia e gerar valor na origem. A castanha do Pará coberta com cupulate e flor de sal, da linha Povos da Floresta, une o cupulate 70% Sakaguchi, em que o cupuaçu é plantado em sistema agroflorestal por Francisco Wataru Sakaguchi, em Tomé-Açu, à castanha coletada pelos ribeirinhos agroextrativistas de Acará-Açu, também no Pará.

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Um dos símbolos do estado do Pará, a castanha é processada pelo líder comunitário Zeno Gemaque, que as recebe frescas, in natura, coletadas por pessoas de mais de 200 famílias da região do Rio Acará. Os frutos caem da castanheira, as castanhas são retiradas de dentro dos ouriços e, pelas mãos de Zeno, chegam a uma fábrica semiartesanal em Acará-Açu, onde ocorre o processo de desidratação, descascamento e embalo. “A forma com que o Zeno trata as castanhas faz com que elas cheguem com enorme frescor e crocância, muito saborosas", comenta César De Mendes.

Já o cupuaçu do cupulate utilizado para banhá-las é plantado em sistema agroflorestal por Francisco Wataru Sakaguchi, em Tomé-Açu, no Pará. Francisco é filho do visionário engenheiro florestal Noboru Sakaguchi, que se mudou para o Brasil em meados do século XX e plantou uma floresta em que hoje são colhidas mais de 80 frutíferas, com árvores frondosas e uma biodiversidade notável. A área é exemplo de regeneração por meio do sistema agroflorestal de plantio depois de sucessivos fracassos de gerações anteriores no cultivo de monoculturas.

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A partir do legado de ensinamentos e aprendizados oriundo do seu pai, além de seu profundo conhecimento sobre a mata e sua conexão com a natureza, Francisco Sakaguchi considera-se atualmente um extrativista e não mais um agricultor. Ele aplicou a “Agricultura Natural”, sistema holístico que é guiado pela sabedoria intrínseca da natureza, em grande parte de sua propriedade.